Líderes preveem intervenção do ‘toma lá dá cá’ nas investigações
O Diário do Poder ouviu líderes de oposição da Câmara e do Senado em busca de saber qual será a estratégia utilizada mediante o ‘cerco’ do Supremo Tribunal Federal (STF) em torno do mandato de parlamentares da ala bolsonarista.
Durante o último encontro da oposição na liderança do Partido Liberal (PL), três frentes de atuação foram cogitadas: pressão pela votação do fim do foro privilegiado para tirar o poder de julgamento de parlamentares das mãos da Suprema Corte, pressão por celeridade à instalação da CPI do Abuso de Autoridade ou aproveitamento do contexto eleitoral envolvendo a presidência das duas casas legislativas para cobrar de Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG) a imposição de uma agenda de respeito às prerrogativas de deputados e senadores.
Um dos líderes ouvidos pelo DP admitiu que a oposição teme que a CPI do Abuso de Autoridade tenha o mesmo desfecho que a CPMI do 08 de janeiro. Nas palavras da oposição, a comissão foi ‘sequestrada’ pelo governo Lula.
A fonte ainda acredita que iniciar os trabalhos de uma CPI daria aos chefes das duas casas o poder de barganha com o governo mediante intervenções, como também ocorreu com a CPI do MST, em que trocas de membros foram feitas mediante votações decisivas. “Eles diriam: olha, estamos segurando a oposição aqui”, parafraseou.
O parlamentar revela que exortou colegas ‘mais exaltados’ sobre as condições disponíveis para sustentar o encaminhamento favorável de investigações no Congresso Nacional. “Nós temos número para formar maioria, ou vamos apenas amarrar a cabra para outro mamar?”, ironizou. O mesmo parlamentar acredita que pelo tom irredutível do STF, manter uma agenda ofensiva contra os magistrados, terá como consequência ‘fazer companhia a Daniel Silveira’, deputado preso após publicação de vídeo no qual fez críticas aos ministros.
“O caminho que ficou pacificado foi o caminho do meio. De pedir para que que os presidentes peçam o afastamento institucional do Supremo”.
Ao final do ano passado, quando influenciadores denunciaram relações entre a agência Myd8 e o governo Lula, o deputado Maurício Marcon expôs na rede social X o temor sobre a instalação de uma CPI para investigar o caso.
“Avaliamos isso no grupo da oposição raiz, todavia temos o problema dos parlamentares e partidos vendidos ao lulopetismo, onde o que aconteceu na CPMI do dia 08 de Janeiro poderia se repetir, ou seja, eles terem o controle da investigação e não conseguirmos investigar o que deveria ser investigado”, publicou o parlamentar.
Mesmo com o receio do grupo oposicionista, o deputado goiano Gustavo Gayer (PL-GO) protocolou o pedido de investigação.
Diário do Poder
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